ENTRE BANDIDOS E REBELDES: O CANGAÇO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA DAS TÉCNICAS DE NEUTRALIZAÇÃO

Autores

  • Alden Ferreira Lopes

DOI:

https://doi.org/10.21207/1983.4225.361

Palavras-chave:

Banditismo social. Cangaço. Pré-capitalismo. Messianismo. Criminologia crítica. Maniqueísmo. Anomia.

Resumo

Este artigo aborda o cangaço sob a ótica criminológica, especificamente pela teoria das técnicas de neutralização, buscando através dela uma percepção que comporte e esclareça o eterno embate acerca do caráter e da causa desse fenômeno social. Para tanto, optou-se pela análise das teses mais elaboradas sobre o tema. Por um lado, a teoria do banditismo social, de Eric Hobsbawm, a qual compreende o cangaço dentro do conflito de classes em sociedades pré-capitalistas, concebendo o cangaceiro como um modelo primitivo de revolucionário. Em contraponto, adotaram-se os estudos de Frederico Pernambucano de Mello, dos quais surge a abalizada teoria do escudo ético, retratando o cangaceiro sem o viés ideológico e rebelde visto na anterior. Assim, sem fugir dos embaraços decorrentes desse debate maniqueísta, intentou-se inserir o cangaço e suas interpretações contrapostas no olhar vasto e multifacetado das teorias sociológicas da criminologia, pretendendo com isso uma convergência entre estes dois enfoques, intermediada pelas teorias de base marxista – com as devidas alterações, obviamente, haja vista o paradigma socioeconômico sob o qual se ergueu a criminologia radical, qual seja, a dicotomia capitalista “burguês-proletário”, a qual não existia na época do cangaço – e pela teoria das técnicas de neutralização, de Sykes e Matza.

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Publicado

2017-03-03

Edição

Seção

Artigos