O ACESSO À INTERNET COMO DIREITO FUNDAMENTAL E A POSSÍVEL LIMITAÇÃO DOS PLANOS PELAS OPERADORAS

Autores

  • Arthur Gonçales CASSIANI Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP
  • Frederico Thales de Araújo MARTOS Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP http://orcid.org/0000-0001-8596-2767

DOI:

https://doi.org/10.21207/2675-0104.2017.654

Palavras-chave:

Limitação de internet. Acesso à internet. Direito Fundamental. Plano de dados. Acesso à informação. Democracia na rede.

Resumo

No ano de 2016, com 50% do Brasil conectado à rede mundial de computadores e o Marco Civil da Internet já operando há cerca de 2 anos, as operadoras de internet no Brasil iniciaram uma pesquisa junto aos seus órgãos internos a respeito da limitação dos planos de banda larga oferecidos à população. Tal limitação se daria proporcionalmente ao plano de velocidade contratado pelo usuário. Ou seja, aqueles que adquirissem uma conexão mais veloz, teriam maior quantidade de dados para acesso. Os que, por sua vez, optasse por uma velocidade menor, poderiam usufruir da rede com uma menor quantidade de dados. Desse modo, haveria uma disposição aparentemente antidemocrática na prática pretendida pelas operadoras de conexão. Afinal, o direito a acessar a rede de forma ampla, a fim de exercer a liberdade de expressão e acesso à informação, conforme previstos na Carta Magna estariam sendo suprimidos.&nbspNesse ínterim, vários órgãos de defesa do consumidor iniciaram campanhas de combate às companhias - inclusive recorrendo à Agência Nacional de Telecomunicações. Em vista disso, a presente pesquisa tem por objeto criar a devida reflexão sobre a limitação dos planos pelas operadoras. E, paralelamente, analisará a possibilidade de o acesso à internet ser positivado como Direito Fundamental no ordenamento pátrio, visto que a ONU já estabeleceu o supracitado direito como Direito Humano. Assim, com técnicas de direito comparado e investigação de bibliografias e da própria rede, a pesquisa pretende apresentar uma visão clara a respeito da legalidade do limite de banda larga por parte das operadoras e, ainda, discutir a possibilidade de o acesso à internet tornar-se direito fundamental.

Biografia do Autor

  • Arthur Gonçales CASSIANI, Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP
    Discente da Faculdade de Direito de Franca/SP. Bolsista do Programa Interno de Iniciação Cientítica (PIBIC 2017-2018).
  • Frederico Thales de Araújo MARTOS, Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP
    Doutor em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito - FADISP (2014). Mestre em Direito pela FADISP (2012). Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (2009). Professor Concursado e Titular de Direito Civil na Graduação da Faculdade de Direito de Franca - FDF (2016) atuando, também, como Professor - Convidado no Curso de Pós-Graduação desta Instituição. Professor Concursado e efetivo de Direito Civil na Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade de Frutal - UEMG/Frutal (2018). Integrante da comissão responsável pela elaboração de itens do BNI-ENADE 2015 do INEP. Palestrante em diversas Instituições de Ensino. Advogado inscrito na OAB/SP. Sócio-fundador da Academia de Pesquisas e Estudos Jurídicas - APEJUR. Associado ao IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Familía, ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito CONPEDI e à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. Autor de diversos artigos e livros acadêmicos. Desenvolve pesquisa científica.

Referências

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Publicado

2019-11-11

Edição

Seção

Pesquisas Científicas com Fomento Interno