PLURALISMO JURÍDICO E DIREITOS INDÍGENAS NO SISTEMA INTERAMERICANO
Palavras-chave:
pluralismo jurídico, direitos indígenas, corpus iuris interamericano, controle de convencionalidade, Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos HumanosResumo
A permeabilidade entre os sistemas jurídicos estaduais, regionais e universais de proteção dos direitos humanos está cada vez mais evidente, concretizando uma tendência de pluralismo jurídico num universo multinível de proteção aos direitos humanos. Por isso importa proceder à interpretação das normas constantes das constituições nacionais e dos tratados internacionais – ou seja, dos distintos sistemas de proteção de direitos humanos – à luz do princípio pro persona. Neste contexto a questão indígena destaca-se por sua complexidade e premente salvaguarda, haja vista os passados e atuais cenários de inúmeras violações. A cosmovisão indígena deve permear toda e qualquer aplicação dos mecanismos de proteção aos direitos humanos dos povos indígenas. Com o objetivo de compreender melhor esse pluralismo na perspectiva de salvaguarda dos direitos indígenas, realizou-se um breve estudo sobre a constitucionalização desses direitos na América latina e sua interpretação no Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos. Questiona-se: quais os principais direitos indígenas constantes nas constituições latino-americanas? Como Sistema Interamericano interpreta tais direitos à luz da Declaração e Convenção americanas? Quais os standards protetivos dos direitos indígena na região? Para tanto, o método de abordagem utilizado foi o dedutivo e os procedimentos metodológicos foram o estudo dogmático jurídico e sistemático. Como resultado dessa pesquisa, constatou-se a existência de todo um corpus iuris interamericano que deve ser protegido, com fundamento no dever de harmonização imposto pela Convenção Americana, e realizado por meio do controle de convencionalidade.
Downloads
Referências
ALCALÁ, Humberto Nogueira. El uso de las comunicaciones transjudiciales por parte de las jurisdicciones constitucionales en el derecho comparado y chileno. In: Estudios Constitucionales, ano 9, nº 2, 2011. Disponível em: http://www.scielo.cl/pdf/estconst/v9n2/art02.pdf.
______________. Los desafíos del control de convencionalidad del corpus iuris interamericano para los tribunales nacionales, y su diferenciación con el control de constitucionalidad. In: MARINONI. Luiz Guilherme. MAZZUOLI. Valério de Oliveira. Controle de Convencionalidade: um panorama latino-americano: Brasil, Argentina, Chile, México, Peru, Uruguai. 1ª ed. Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2013.
ANTONIAZZI, Mariela Morales. El nuevo paradigma de la apertura de los órdenes constitucionales: una perspectiva sudamericana. Biblioteca Jurídica Virtual del Instituto de Investigaciones Jurídicas de la UNAM. 2014. Disponível em: <https://www.unam.mx/>.
BARIÉ, Cletus Gregor. Pueblos Indígenas y derechos constitucionales: un panorama. Instituto Indigenista Interamericano e Instituto Nacional Indigenista de México 2a edición actualizada y aumentada, Bolivia, 2003: Instituto Indigenista Interamericano (México), Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas (México) y Editorial Abya-Yala (Ecuador).
BOGDANDY, Armin von. Configurar la relación entre el derecho constitucional y el derecho internacional público. 2008, p. 283–306. Disponível em: .
BREWER-CARÍAS, Allan R. La aplicación de los tratados internacionales sobre derechos humanos en el orden interno de los países de América Latina. In: Revista IIDH, v. 46. 2007. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/tablas/R22024.pdf.
BURGORGUE-LARSEN, El diálogo judicial: máximo desafío de los tiempos jurídicos modernos. Porrúa: México, 2013.
CARBONELL, José Carlos Remotti. Sistema Jurídico, Democracia y Constitucionalismo multinivel. In: BORGES, Alexandre Walmott; COELHO, Saulo de Oliveira Pinto. (coord.). Interconstitucionalidade e Interdisciplinariedade: desafios, âmbitos e níveis de interação no mundo global. Edição Laboratório Americano de Estudos Constitucionais Comparado. Uberlândia: 2015.
CARBONELL, Miguel. La reforma constitucional en materia de derechos humanos: principales novedades. 2012.
CARVALHO, Lucinana Coimbra de; CALIXTO, Angela Jank. Pluralismo Jurídico: uma nova perspectiva a Respeito da Relação entre os Sistemas Jurídicos Internacional e Interno. In: FIGUEIREDO, Marcelo; CONCI, Luiz Guilherme Arcaro (coords.); GERBER, Konstantin (org.). Constitucionalismo multinível e pluralismo jurídico. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.
CAVALLO, Gonzalo Aguilar; ALCALÁ, Humberto Nogueira. El principio favor persona en el derecho internacional y en el derecho interno como regla de interpretación y de preferencia normativa. In: Revista de Derecho Público - Vol. 84, 1° Sem. 2016.
CEPAL. Comissão Econômica Para a América Latina. El impacto del Covid-19 en los pueblos indígenas de américa Latina (Abya Yala). 2020. Disponível em: https://www.cepal.org/es/publicaciones/46543-impacto-covid-19-pueblos-indigenas-america-latina-abya-yala-la-invisibilizacion.
_____________. Comissão Econômica Para a América Latina. Los pueblos indígenas en América (Abya Yala) Desafíos para la igualdad en la diversidad. Santiago: ONU, 2017.
_______________. Comissão Econômica Para a América Latina. Pueblos indígenas y afrodescendientes de América Latina y el Caribe: información sociodemográfica para políticas y programas. Santiago: ONU, 2006.
CIDH. Resolução 35/2020. Medida Cautelar nº 563-20. Membros dos Povos Indígenas Yanomami e Ye’Kwana em relação ao Brasil. 17 de julho de 2020.
CIDH. SACROI-COVID19. Sala de Coordinación e Respuesta Oportuna e Integrada. Disponível em: https://www.oas.org/es/CIDH/jsForm/?File=/es/cidh/sacroi_covid19/default.asp.
CORTE IDH. Caso Comunidad Garífuna de Punta Piedra y sus miembros vs. Honduras. Sentencia de 8 de octubre de 2015 (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Caso da Comunidade Indígena Xákmok kásek vs. Paraguai. Sentença de 24 de agosto de 2010 (Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentencia de 31 de agosto de 2001 (Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Caso del Pueblo Saramaka vs. Surinam Sentencia del 28 de noviembre de 2007. (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Caso Massacres de Rio Negro vs. Guatemala. Sentencia de 4 de septiembre de 2012. (Excepción Preliminar, Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Caso Yatama Vs. Nicaragua Sentencia de 23 de Junio de 2005 (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).
CORTE IDH. Centro de Información COVID-19 y Derechos Humanos. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/tablas/centro-covid/index.html.
CORTE IDH. Pueblo Indígena kichwa de Sarayaku vs. Ecuador. Sentencia de 27 de junio de 2012 (Fondo y Reparaciones).
CREGO, María Díaz. Diálogo judicial. In: Eunomía. Revista em Cultura de la Legalidad, n. 09, out. 2015, mar. 2016. p. 289–299. Disponível em: https://e-revistas.uc3m.es/index.php/EUNOM/article/.../1524.
DULITZKY, Ariel E. El Imapcto del Control de Convencionalidad. Un Cambio de Paradigma en el Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Disponível em: https://law.utexas.edu/faculty/adulitzky/67-Impacto-del-Control-de-Convencionalidad.pdf.
FIGUEIREDO, Marcelo. O meio-ambiente e a biodiversidade como Direitos Humanos no cenário supranacional: uma visão latino-americana que postula por uma integração global do tema. In: FIGUEIREDO, Marcelo; CONCI, Luiz Guilherme Arcaro (coords.); GERBER, Konstantin (org.). Constitucionalismo multinível e pluralismo jurídico. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017, p. 111–142.
HÄBERLE, Peter. Elementos teóricos de un modelo general de recepción jurídica. In: LUÑO, Antonio-Enrique Pérez. (coord.). Derechos Humanos y Constitucionalismo ante el tercer milenio. Madrid: Marcial Pons, Ediciones Jurídicas y Sociales, S.A. 1996. p.151–185.
MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer. The Conventionality Control as a Core Mechanism of the Ius Constitutionale Commune. In: Transformative Constitutionalism in Latin America: observations on transformative constitutionalism. Oxford: United Kingdom, 2017, posição 11459–11989.
OSUMA, Karla Quintana; MAAS; Juan Jesús Górgora. Los Derechos de los pueblos indígenas y tribales en los sistemas de derechos humanos. In: Colección Estándares del Sistema Interamericano de Derechos Humanos: miradas complementarias desde la academia. Universidad Autónoma de México, 2017.
SAGUÉS, Néstor Pedro. El “Control de Convencionalidad” en el sistema interamericano, y sus anticipos en el ámbito de los derechos económicos-sociales: Concordancias y diferencias con el sistema europeo. México: UNAM. 2010. Disponível em: www.juridicas.unam.mx.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Cuando los excluídos tienen Deracho: justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; RODRÍGUEZ, José Luis Exeni. Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad en Bolivia, 1ª ed. Fundación Rosa Luxemburg/AbyaYala, Quito, 2012, p. 11-48.
_______________. Cuando los excluidos tienen Derecho: justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; JIMÉNEZ, Agustín Grijalva. Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad en Ecuador. (ed.). La Paz: Ediciones Abya Yala, 2012, p. 13-50.
_______________. NUNES, João Arriscado. Introdução: para ampliar o cânone do reconhecimento, da diferença e da igualdade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003. p. 25-68.
SILVEIRA, Alessandra. Tocqueville e a indesejável obstinação pelos “destroços à margem”. Contributos para uma teoria da democracia constitucional europeia. Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Porto, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License. Declaro que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo conteúdo e que o uso de qualquer marca registrada ou direito autoral dentro do manuscrito foi creditado a seu proprietário ou a permissão para usar o nome foi concedida, caso seja necessário. Declaro também que em caso de aceitação do artigo, concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade da Revista Eletrônica da Faculdade de Direito de Franca, vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outro meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que haja a necessária citação desta fonte originária.