PLURALISMO JURÍDICO E DIREITOS INDÍGENAS NO SISTEMA INTERAMERICANO

Autores

  • Bruno Barbosa BORGES Pontifícia Universidade Católica (PUC), São Paulo/SP. Universidade do Minho, UMINHO, Portugal.

Palavras-chave:

pluralismo jurídico, direitos indígenas, corpus iuris interamericano, controle de convencionalidade, Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos

Resumo

A permeabilidade entre os sistemas jurídicos estaduais, regionais e universais de proteção dos direitos humanos está cada vez mais evidente, concretizando uma tendência de pluralismo jurídico num universo multinível de proteção aos direitos humanos. Por isso importa proceder à interpretação das normas constantes das constituições nacionais e dos tratados internacionais – ou seja, dos distintos sistemas de proteção de direitos humanos – à luz do princípio pro persona. Neste contexto a questão indígena destaca-se por sua complexidade e premente salvaguarda, haja vista os passados e atuais cenários de inúmeras violações. A cosmovisão indígena deve permear toda e qualquer aplicação dos mecanismos de proteção aos direitos humanos dos povos indígenas. Com o objetivo de compreender melhor esse pluralismo na perspectiva de salvaguarda dos direitos indígenas, realizou-se um breve estudo sobre a constitucionalização desses direitos na América latina e sua interpretação no Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos. Questiona-se: quais os principais direitos indígenas constantes nas constituições latino-americanas?  Como Sistema Interamericano interpreta tais direitos à luz da Declaração e Convenção americanas? Quais os standards protetivos dos direitos indígena na região? Para tanto, o método de abordagem utilizado foi o dedutivo e os procedimentos metodológicos foram o estudo dogmático jurídico e sistemático. Como resultado dessa pesquisa, constatou-se a existência de todo um corpus iuris interamericano que deve ser protegido, com fundamento no dever de harmonização imposto pela Convenção Americana, e realizado por meio do controle de convencionalidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Bruno Barbosa BORGES, Pontifícia Universidade Católica (PUC), São Paulo/SP. Universidade do Minho, UMINHO, Portugal.

    Doutor em Direito Constitucional pela PUC/SP (2017). Mestre em Direitos Humanos pela UMinho/PT (2011). Especialista em Sistema Interamericano pela UNAM/MEX (2018).

Referências

ALCALÁ, Humberto Nogueira. El uso de las comunicaciones transjudiciales por parte de las jurisdicciones constitucionales en el derecho comparado y chileno. In: Estudios Constitucionales, ano 9, nº 2, 2011. Disponível em: http://www.scielo.cl/pdf/estconst/v9n2/art02.pdf.

______________. Los desafíos del control de convencionalidad del corpus iuris interamericano para los tribunales nacionales, y su diferenciación con el control de constitucionalidad. In: MARINONI. Luiz Guilherme. MAZZUOLI. Valério de Oliveira. Controle de Convencionalidade: um panorama latino-americano: Brasil, Argentina, Chile, México, Peru, Uruguai. 1ª ed. Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2013.

ANTONIAZZI, Mariela Morales. El nuevo paradigma de la apertura de los órdenes constitucionales: una perspectiva sudamericana. Biblioteca Jurídica Virtual del Instituto de Investigaciones Jurídicas de la UNAM. 2014. Disponível em: <https://www.unam.mx/>.

BARIÉ, Cletus Gregor. Pueblos Indígenas y derechos constitucionales: un panorama. Instituto Indigenista Interamericano e Instituto Nacional Indigenista de México 2a edición actualizada y aumentada, Bolivia, 2003: Instituto Indigenista Interamericano (México), Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas (México) y Editorial Abya-Yala (Ecuador).

BOGDANDY, Armin von. Configurar la relación entre el derecho constitucional y el derecho internacional público. 2008, p. 283–306. Disponível em: .

BREWER-CARÍAS, Allan R. La aplicación de los tratados internacionales sobre derechos humanos en el orden interno de los países de América Latina. In: Revista IIDH, v. 46. 2007. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/tablas/R22024.pdf.

BURGORGUE-LARSEN, El diálogo judicial: máximo desafío de los tiempos jurídicos modernos. Porrúa: México, 2013.

CARBONELL, José Carlos Remotti. Sistema Jurídico, Democracia y Constitucionalismo multinivel. In: BORGES, Alexandre Walmott; COELHO, Saulo de Oliveira Pinto. (coord.). Interconstitucionalidade e Interdisciplinariedade: desafios, âmbitos e níveis de interação no mundo global. Edição Laboratório Americano de Estudos Constitucionais Comparado. Uberlândia: 2015.

CARBONELL, Miguel. La reforma constitucional en materia de derechos humanos: principales novedades. 2012.

CARVALHO, Lucinana Coimbra de; CALIXTO, Angela Jank. Pluralismo Jurídico: uma nova perspectiva a Respeito da Relação entre os Sistemas Jurídicos Internacional e Interno. In: FIGUEIREDO, Marcelo; CONCI, Luiz Guilherme Arcaro (coords.); GERBER, Konstantin (org.). Constitucionalismo multinível e pluralismo jurídico. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.

CAVALLO, Gonzalo Aguilar; ALCALÁ, Humberto Nogueira. El principio favor persona en el derecho internacional y en el derecho interno como regla de interpretación y de preferencia normativa. In: Revista de Derecho Público - Vol. 84, 1° Sem. 2016.

CEPAL. Comissão Econômica Para a América Latina. El impacto del Covid-19 en los pueblos indígenas de américa Latina (Abya Yala). 2020. Disponível em: https://www.cepal.org/es/publicaciones/46543-impacto-covid-19-pueblos-indigenas-america-latina-abya-yala-la-invisibilizacion.

_____________. Comissão Econômica Para a América Latina. Los pueblos indígenas en América (Abya Yala) Desafíos para la igualdad en la diversidad. Santiago: ONU, 2017.

_______________. Comissão Econômica Para a América Latina. Pueblos indígenas y afrodescendientes de América Latina y el Caribe: información sociodemográfica para políticas y programas. Santiago: ONU, 2006.

CIDH. Resolução 35/2020. Medida Cautelar nº 563-20. Membros dos Povos Indígenas Yanomami e Ye’Kwana em relação ao Brasil. 17 de julho de 2020.

CIDH. SACROI-COVID19. Sala de Coordinación e Respuesta Oportuna e Integrada. Disponível em: https://www.oas.org/es/CIDH/jsForm/?File=/es/cidh/sacroi_covid19/default.asp.

CORTE IDH. Caso Comunidad Garífuna de Punta Piedra y sus miembros vs. Honduras. Sentencia de 8 de octubre de 2015 (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Caso da Comunidade Indígena Xákmok kásek vs. Paraguai. Sentença de 24 de agosto de 2010 (Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentencia de 31 de agosto de 2001 (Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Caso del Pueblo Saramaka vs. Surinam Sentencia del 28 de noviembre de 2007. (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Caso Massacres de Rio Negro vs. Guatemala. Sentencia de 4 de septiembre de 2012. (Excepción Preliminar, Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Caso Yatama Vs. Nicaragua Sentencia de 23 de Junio de 2005 (Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas).

CORTE IDH. Centro de Información COVID-19 y Derechos Humanos. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/tablas/centro-covid/index.html.

CORTE IDH. Pueblo Indígena kichwa de Sarayaku vs. Ecuador. Sentencia de 27 de junio de 2012 (Fondo y Reparaciones).

CREGO, María Díaz. Diálogo judicial. In: Eunomía. Revista em Cultura de la Legalidad, n. 09, out. 2015, mar. 2016. p. 289–299. Disponível em: https://e-revistas.uc3m.es/index.php/EUNOM/article/.../1524.

DULITZKY, Ariel E. El Imapcto del Control de Convencionalidad. Un Cambio de Paradigma en el Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Disponível em: https://law.utexas.edu/faculty/adulitzky/67-Impacto-del-Control-de-Convencionalidad.pdf.

FIGUEIREDO, Marcelo. O meio-ambiente e a biodiversidade como Direitos Humanos no cenário supranacional: uma visão latino-americana que postula por uma integração global do tema. In: FIGUEIREDO, Marcelo; CONCI, Luiz Guilherme Arcaro (coords.); GERBER, Konstantin (org.). Constitucionalismo multinível e pluralismo jurídico. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017, p. 111–142.

HÄBERLE, Peter. Elementos teóricos de un modelo general de recepción jurídica. In: LUÑO, Antonio-Enrique Pérez. (coord.). Derechos Humanos y Constitucionalismo ante el tercer milenio. Madrid: Marcial Pons, Ediciones Jurídicas y Sociales, S.A. 1996. p.151–185.

MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer. The Conventionality Control as a Core Mechanism of the Ius Constitutionale Commune. In: Transformative Constitutionalism in Latin America: observations on transformative constitutionalism. Oxford: United Kingdom, 2017, posição 11459–11989.

OSUMA, Karla Quintana; MAAS; Juan Jesús Górgora. Los Derechos de los pueblos indígenas y tribales en los sistemas de derechos humanos. In: Colección Estándares del Sistema Interamericano de Derechos Humanos: miradas complementarias desde la academia. Universidad Autónoma de México, 2017.

SAGUÉS, Néstor Pedro. El “Control de Convencionalidad” en el sistema interamericano, y sus anticipos en el ámbito de los derechos económicos-sociales: Concordancias y diferencias con el sistema europeo. México: UNAM. 2010. Disponível em: www.juridicas.unam.mx.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Cuando los excluídos tienen Deracho: justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; RODRÍGUEZ, José Luis Exeni. Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad en Bolivia, 1ª ed. Fundación Rosa Luxemburg/AbyaYala, Quito, 2012, p. 11-48.

_______________. Cuando los excluidos tienen Derecho: justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; JIMÉNEZ, Agustín Grijalva. Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad en Ecuador. (ed.). La Paz: Ediciones Abya Yala, 2012, p. 13-50.

_______________. NUNES, João Arriscado. Introdução: para ampliar o cânone do reconhecimento, da diferença e da igualdade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003. p. 25-68.

SILVEIRA, Alessandra. Tocqueville e a indesejável obstinação pelos “destroços à margem”. Contributos para uma teoria da democracia constitucional europeia. Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Porto, 2008.

Downloads

Publicado

2023-01-30

Edição

Seção

Artigos