VIESES DE JULGAMENTO

UM PRIMEIRO OLHAR PARA A INCIDÊCIA DE FATORES PSICOLÓGICOS INCONSCIENTES NOS JULGADOS BRASILEIROS

Autores

  • Murillo Eduardo Ravagnani Siqueira MARTINS Faculdade de Direito de Franca
  • Maria Heloísa Nogueira Rodrigues Alves MARTINS Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP

Palavras-chave:

Aspectos psicológicos. Inconsciência das decisões judiciais. Brasil. Julgamentos brasileiros. Influências psicológicas sobre magistrados. Tomada de decisão.

Resumo

A presente monografia tem por objetivo produzir levantamento de dados acerca de pesquisas que relacionam a incidência do fenômeno neurológico de vieses cognitivos e heurísticas de julgamentos no sistema judiciário brasileiro, adaptando-se à realidade cultural de nosso país. Por meio desta ciência foram resumidos parte das teorias mais modernas que explicam a relevância e aplicabilidade do tema no Direito, além de resumir a importância da correlação da multidisciplinaridade com a Psicologia. Dessa forma, colocamos em xeque a ideia de justiça racional, e tentamos fazer um paralelo das pesquisas europeias e norte-americanas com a realidade brasileira. Destarte, busca-se, portanto, analisar os possíveis dados encontrados em pesquisas brasileiras em função de um primeiro olhar em nossa realidade de incidência de heurísticas nos julgados e julgadores.

Biografia do Autor

  • Murillo Eduardo Ravagnani Siqueira MARTINS, Faculdade de Direito de Franca

    Discente da Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP. Bolsista do Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC 2020-2021).

  • Maria Heloísa Nogueira Rodrigues Alves MARTINS, Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca/SP

    Mestre em Ciências e Práticas Educativas pela Universidade de Franca (2004), GRADUADA em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Araraquara (1986), Graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Franca (1992), Especialista em Direito Empresarial pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP – Franca.

Referências

ANDRADE, Flávio da Silva. A tomada da decisão judicial criminal à luz da psicologia: heurísticas e vieses cognitivos. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, vol. 5, n. 1, p. 507-540, jan./abr. 2019. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v5i1.172

BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

CHAMALLAS, Martha. The Architecture of Bias: Deep Structures in Tort Law, 146 U. PA. L. REv. 463, 467. 1998.

COSMIDES, Leda. TOOBY, J. From evolution to behavior: evolutionary psychology as the missing link. The Latest on the Best: Essays on Evolution and Optimality. p. 277-306. Cambridge, MA: MIT Press. 1987.

DANCY, Jonathan. Introdución a la epistemologia contemporanea. Tradução de José Luis Prades Celma. Madrid: Tecnos, 1993.

DANZIGER, S.; LEVAV, J. e AVNAIM-PESSO, L. Extraneous factors in judicial decisions. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 108(17), p. 6889-6892, 2011.

DESANTIS, A e KAYSON W.A. Defendants’ characteristics of attractiveness, race and sex and sentencing decisions. Psychological Reports, v. 81, p. 679-683, 1997.

ENGLICH Birte. MUSSWEILLER, Thomas. STRACK Fritz. Playing Dice With Criminal Sentences: The Influence of Irrelevant Anchors on Experts’ Judicial Decision Making. German Research Foundation, 2006.

EPSTEIN, S. Integration of the cognitive and the psychodynamic unconscious. American Psychologyst, 49(8), 709-724. 1994.

FORSTER LEE, R. et al. The effects of defendant race, victim race, and juror gender on evidence processing in a murder trial. Behavioral Sciences and the Law, v. 24, p. 179-178, 2006.

FUNDER, David C. Errors and Mistakes: Evaluating the Accuracy of Social Judgment, 101 PSYCHOL. BULL. 1987. p. 75, 77.

GIGERENZER, Gerd. e ENGEL, Christoph. Heuristics and the Law. Berlin: Dahlem Workshop Reports, 2004.

GOLDSTEIN, D.G. GIGERENZER, Gerd. Models of ecological rationality: The recognition heuristic. Psychol. p. 75-90. 2002.

GUTHRIE, Chris; RACHLINSKI, Jeffrey J. e WISTRICH, Andrew J. Judging by Heuristic: Cognitive Illusions in Judicial Decision Making. Cornell Law Faculty Publications. 2002.

HABERMAS, Jüngen. Teoria do agir comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. v. 2.

KAHNEMAN, Daniel. Rápido e Devagar: Duas formas de pensar. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 608 p.

HORTA, Ricardo Lins. Por que existem vieses cognitivos na Tomada de Decisão Judicial? A contribuição da Psicologia e das Neurociências para o debate jurídico. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 9, n. 3 p.83-122, 2019.

KOROBKIN, Russell. Chris GUTHRIE. Heuristics and Biases at the Bargaining Table. 87 MARQ. L. REv. 795, 795. 2004.

LERNER Craig S. Reasonable Suspicion and Mere Hunches. 59 VAND. L. REV. 407, 410. 2006.

LYTLE, Robert D. What is Beautiful is Innocent: The Effect of Defendant Physical Attractiveness and Strength of Evidence on Juror Decision-Making. University of Arkansas. 2015.

MCGUIRE, Marry V. e BERMANT, Gordon. Individual and group decisions in response to a mock trial: A methodological note. Journal of Applied Social Psychology, v. 7, p. 220-226, 1977.

MORAES, José Diniz de; TABAK, Benjamin Miranda. As heurísticas e vieses da decisão judicial: análise econômico-comportamental do direito. Revista Direito GV, v. 14, n. 2, p. 618-653, 2018.

NOBRAK, John N. e NORTH, Douglass C. Understanding Judicial Decision-Making: The Importance of Constraints on Non-Rational Deliberations. Washington University of Law and Policy, v. 26, p. 131-152, 2008.

PERSAD. Govind. When, and How, Should Cognitive Bias Matter to Law. 32(1) LAW & INEQ. 31. 2014.

PINHO, Samara de Oliveira. Prova Judicial E Verdade Processual: Um Estudo Sob A Perspectiva Da Teoria Do Conhecimento. Revista de Direito Público Contemporâneo, Instituto de Estudios Constitucionales de Venezuela e Universidade Federal de Rural do Rio de Janeiro do Brasil, a. 4, v. 1, n. 1, p. 129, jan/jun 2020.

POSNER, Richard A. The Jurisprudence of Skepticism. 86 MICH. L. REV. p. 827-865. 1988.

RESCHER, Nicholas. Epistemology. An introduction to the theory of knowledge. Albany: State University of New York Press, 2003.

TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica Para Operadores do Direito. 6ª Edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012.

Downloads

Publicado

2022-06-01

Edição

Seção

Pesquisas Científicas com Fomento Interno